Enquanto os diferentes governos alteram estratégias para conseguir a todo o custo asfixiar a partilha de conteúdo, promovido pela industria discográfica e Hollywood, os piratas, ou inovadores, esticam a corda até ao limite.
Utilizei o termo partilhar de propósito. Não porque ache que as pessoas têm o direito de copiar e passar obras de outros sem qualquer pagamento, mas sim porque o modelo tradicional de direitos de autor está ultrapassado na era digital.
Aliás se perguntar a adolescentes, os digital natives, o que fazem com conteúdo que encontram online, a resposta vai quase sempre ser, partilham, e não roubam. A culpa não é deles – a Web, que a geração que veio antes criou, é que permitiu que praticamente todo o conteúdo colocado online, ou offline, seja facilmente copiada e partilhada.
Após o fecho do site Megaupload e detenção do seu fundador, as autoridades têm estado focadas, sem qualquer sucesso, em aplicar o mesmo destino ao site The Pirate Bay.
Mas agora The Pirate Bay, o maior portal do mundo de torrents, está na ofensiva, lançando The Promo Bay, uma forma de artistas poderem promover na página principal, o seu trabalho. Já são mais de 5,000 artistas que se registaram para colocar uma imagem na página principal que tem de conter um link para conteúdo que possa ser descarregado e que seja gratuito.
Mesmo que esta iniciativa não altere a forma como as autoridades vêm o seu serviço, The Pirate Bay está a conseguir criar muito Goodwill perante uma comunidade que vê conteúdo como algo que pode ser pago ou não, consoante a opinião de cada um.
Mas The Pirate Bay tem alguns apoiantes de peso, tal como os Radiohead, Nine Inch Nails e até o Paulo Coelho. Como já devia ser óbvio para todos os intervenientes que não é através de legislação nem controlo que se resolve a questão de piratearia, devia-se procurar sim uma solução adequada à nova realidade – que não é propriamente nova.
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