O painel de jornalistas e bloggers iria ser sempre extremamente opinado, dado que o mesmo era composto pelo Claudio Cossio, blogger Mexicano, Robin Wauters Editor da The Next Web que ficou chocado em saber que existem Startups em Lisboa, e Milo Yiannopoulos, de nacionalidade Grega, fundador e Editor-in-Chief, do blog The Kernell.
Milo é extremamente opinado, uma qualidade (se é isso que se pode chamar) necessária para se ser ouvido acima de todo o ruído online. É sempre curioso ouvir oradores que vivem no Twitter pois tudo o que dizem, parece estar preparado para ser enviado através do site micro blogging – 140 caracteres e nem mais um.
Milo acredita que Silicon Valley está prestes a entrar num período muito negro, não pela conjuntura económica, mas sim porque esta comunidade é composta por uma série de “sociopatas” e “atrasados mentais” que se revelam a “pior companhia possível para encontrar num jantar”. Europa, diz Milo, está no bom caminho, dado a sua preocupação com a essência da ideia e do possível modelo de negócios ao contrario da continua procura dos Americanos pelo retorno através de anúncios online.
Provavelmente é verdade que Silicon Valley está a caminho de momentos difíceis, mas como já tínhamos relatado, o problema está nos valores investidos pelos VCs (venture capitalists) e o baixíssimo retorno que esses investimentos têm conseguido.
Depois de ter atacado os Americanos, foi a vez dos Espanhóis que Milo diz serem simplesmente “preguiçosos”. Milo sentiu a necessidade de gozar de seguida com o seu próprio povo, os Gregos, antes que alguém o fizesse por ele. Milo, é para todos efeitos, mais um Grego com a atitude Americana típica de Silicon Valley, disfarçado com um sotaque muito Britânico.
O debate passou para as tentativas na Europa de criação de Tech hubs nas várias cidades da Europa. Com tanta critica de Silicon Valley, a maioria dos “potenciais hubs” moldam-se no modelo de Silicon Valley, ajudado em muito pelo roadshow de Silicon Valley.
Robin Wauters, que esteve em Lisboa há pouco e consegui escrever um artigo que levou muitos Portugueses a demonstrarem a sua reprovação da sua conclusão, está a trabalhar com a Comissão Europeia para ajudar o empreendedorismo na Europa. Estranhei, bastante. Nunca imaginei que o governo seria o seu ideal parceiro.
Provavelmente a TheNextweb tenta seguir o sucesso de Loic Le Meur e as suas conquistas conseguidas com a sua conferência LeWeb – primeiro foi o governo Francês e este ano foi o governo Britânico. Um à parte: ainda bem que escrevo em Português, pois um dos bloggers do The Next Web está curioso ao olhar para o meu ecrã e ver The Next Web tantas vezes. Fica aqui mais uma: The Next Web.
Wauters explica que o problema na Europa é cultural mas não em termos de cultural de cada país da Europa, mas sim a cultura de empreendedorismo. Com ajuda do investimento para os Jogos Olímpicos deste ano, Londres iniciou assim a sua ofensiva para se tornar num hub de tecnologia na Europa. Mas Milo interrompe e diz que empreendedorismo em Londres tornou-se no maior exemplo do sistema de benefícios, recebendo dinheiro do Governo para que quem o recebeu, possa mostrar ao Governo que o que faz para empreendedorismo, está errado.
Mas o que parece faltar mesmo é o capital inicial no ciclo de startups, aquele que se define como A round funding, e que permite aos startups sobreviverem a fase inicial, critica para a futura existência.
Alguns países sofrem da falta de incentivos disponíveis para a criação de novas empresas e a existência de uma legislação laboral que só impede a inovação. Se pensarmos na falta de motivação e capacidade cultural na Europa de conseguir lutar pelo futuro de cada empresa, ficamos com a ideia que está tudo perdido e novamente nas mãos dos Americanos.
Cabe ao Claudio de nos iluminar sobre o futuro da Europa – a tecnologia, conforme o Mexicano, está nas mãos dos imigrantes. São esses que deixam o seu pais para usufruir das oportunidades que todos nós não conseguimos ver muito menos aproveitar. E de certa forma concordo com a sua conclusão. São os imigrantes que nos mostram o que acontece quando uma pessoa se dedica, não porque acha que é uma boa ideia, mas muitas vezes porque se torna numa questão de sobrevivência – algo que em vários casos leva a um sucesso impensável.
Claudio vai mais longe, garantindo que em breve (provavelmente daqui a 4 anos), o próximo presidente dos Estados Unidos, será latino. Temos visto o resultado positivo da inovação na Índia, China e no restante continente Asiático, bem como no Brasil e Israel.
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