Não há duvida alguma que os nossos hábitos estão a mudar no que concerne à leitura e a forma como a fazemos. O livro, na versão anti-árvores, está cada vez mais no declínio, muito por causa do sucesso do Kindle e iPad – e sim, eu sei que existem mais alguns tablets no mercado.
O que não se esperava era o declínio de autores, ao que parece, a serem substituídos por computadores. Phil Parker, docente na INSEAD, é um dos responsáveis pelo novo fenómeno de automated publishing, tendo já publicado mais de 1 milhão de livros. Mas se não o conhece, não se preocupe pois os seus livros estão direcionados aos micro-nano-nichos – o seu mais recente livro: “The 2007 to 2012 Outlook for Consumer Non-Riding Dual-Stage Snow Throwers and Snow Blowers Excluding Attachment Type in India.”
Parker não tem autores, mas sim programadores e computadores e é essa a sua equipa responsável pela edição de centenas de milhares de livros. Mesmo que a maioria dos seus livros sejam só lidos por uma minoria, o custo de $0,23 por livro, torna o seu negocio lucrativo.
São os algoritmos que pesquisam a Web para encontrar material e dados relevantes de relatórios públicos de pesquisa bem como documentos que o governo dos EUA publica. A informação é depois compactada no formato de livro.
Mas Parker também produz, através da sua intel-equipa relatórios comerciais por entre $400 e $700 USD. O problema é obviamente depois a fluidez do livro dado que são computadores que vão colando informação diferente num só documento.
O facto de esta informação também ser agregada de forma aleatória, acaba por diminuir o foco da informação que produz, retirando qualquer analise e em algumas vezes contexto. Mesmo que o processo e respectivo conteúdo não sejam perfeitos, o conceito está a chamar atenção a quem necessita de este tipo de agregação.
Claramente onde este tipo de abordagem pode perfeitamente substituir o autor, é nos relatórios financeiros que não têm, nem podem ter, analise ou opinião. São documentos meramente factuais que com a sua formatação, permite criar algo por computador.
Ao contrario de todos estes livros, o Tudo Mudou têm pessoas que escrevem, como já devem ter notado pelos erros ortográficos e gramáticos – falo por mim, claro. The human touch.
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