Esta semana não foi fácil para Mark Zuckerberg e o seu Facebook. Aliás, pode-se dizer com alguma certeza que este é o ponto de viragem para a maior rede social do mundo – a questão que ninguém sabe é, para que lado vai virar?
A 17 de Maio, Facebook anunciou o seu share pricede $ 38 USD com uma alocação de 421,233,615 ações, avaliando a empresa em $ 104 mil milhões de USD. Hoje, o mercado diz valer quase metade. Outros, como eu, dizem valer zero, num distante futuro.
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Dois dias depois do IPO, as ações já tinham perdido 13,7% dado as preocupações com o aumento do share price, o numero extra de ações disponibilizadas, bem como as futuras receitas do Facebook. Ou seja, parece que mais uma vez, todos sabiam o que iria acontecer, mas o sector financeiro conseguiu novamente demonstrar o seu único interesse – pessoal. Os pobres investidores que ficaram a perder, investidores esses que deveriam ter estado de férias quando os avisos foram bem claros.
Os últimos dias foram os mais problemáticos para o Facebook. Primeiro chegou-nos os primeiros resultados do Facebook após o seu controverso IPO. Esperava-se mais e os mercados reagiram, como era de esperar.
Facebook sabia que após o seu IPO, iria ter que demonstrar ao mundo, o seu verdadeiro potencial. Não daqui a 5 anos mas sim hoje. As noticias não foram nem boas, nem más. Um crescimento de receitas de 32% não conseguiu convencer os analistas do seu futuro potencial – abaixo das expectativas e abaixo do seu primeiro trimestre (crescimento de 45%).
Uma analista, a Ian Maude, teve o seguinte a dizer: “Este foi o momento em que os investidores finalmente conseguiram ver qual o verdadeiro valor da empresa bem como o seu estado.”
Na realidade nunca existiram os resultados nem a promessa de Facebook vir a valer $100 mil milhões, nem metade. Mas foi necessário o IPO para a maioria verificar este facto.
Mais más noticias seguiram. Desta vez, um abandono do talento que fez o que Facebook é hoje em dia. Ethan Beard, diretor de parceiras da plataforma do Facebook, anunciou na quarta que iria sair – a informação foi colocada, claro, no seu Timeline. Pouco depois, foi a vez de Katie Mitic, diretora de marketing da plataforma, também na sua Timeline. Como não há dois sem três, Jonathan Matus, diretor de marketing da plataforma mobile, atualizou o seu Timelime. Matus esteve no Facebook durante os últimos 4 anos e muitos assumem a sua saída com a controvérsia que começou com uma carta aberta para Mark Zukerberg de Dalton Caldwell, um principal developer que acusa Facebook a utilizar táticas de bullying com os seus parceiros, aqueles que ajudaram a criar o maior ecossistema de sempre. As acusações são imparciais, coerentes e altamente prejudicais – a imprensa leu, ouviu e partilhou.
“The meeting took an odd turn when the individuals in the room explained that the product I was building was competitive with your recently-announced Facebook App Center product.”
“Mark, I know for a fact that my experience was not an isolated incident. “
“Bad-faith negotiations are inexcusable, and I didn’t want to believe your company would stoop this low. My mistake.”
“I am resolved to never write another line of code for rotten-to-the-core “platforms” like Facebook or Twitter. Lesson learned.”
“Your company, and Twitter, have demonstrably proven that they are willing to screw with users and 3rd-party developer ecosystems, all in the name of ad-revenue. Once you start down the slippery-slope of messing with developers and users, I don’t have any confidence you will stop.”
“Do remember how you used to always refer to Facebook as a “social utility”? That is an interesting term to use. I haven’t heard you use that terminology in a while. I can guess why.”
Este trio abandona o Facebook, pouco tempo depois do CTO, Bret Tayler, ter anunciado em Junho a sua saída, bem como Carl Sjogreen, o diretor do Open Graph, que saiu em Julho. Barry Schnitt, diretor de PR também já tinha abandonado o barco.
Devemos ficar atentes à Google mas também À Yahoo pois ambos vão estar nos próximos meses a tirar partido dos pontos fracos do Facebook – uma comunidade de developers decepcionados, investidores escaldados, analistas à procura de sangue e um êxodo de verdadeiro talento. Por um lado, Google atacou logo Facebook, explicando que a sua plataforma respeitava os developers, independentemente de não darem ainda completo acesso aos seus APIs, e Yahoo tem uma nova CEO que já está virar Yahoo de pernas para o ar, focando a empresa em produtos.
Marissa Mayer, CEO da Yahoo, está agora à procura de novo talento e onde melhor encontrá-lo? Marissa Mayer foi uma contratação importantíssima para Yahoo dado ter sido uma peça chave no Google. Ninguém esperava que isto fosse possível.
Hoje, as ações do Facebook estão ao nível mais baixo de sempre, $ 20,36 USD – uma descida de 45,87% desde o IPO. O número de novos utilizadores também baixou em 5% e a sua app é terrivelmente lenta. Este ultimo é um problema grave dado o numero de acessos que agora são através de um dispositivo mobile. O seu modelo de publicidade é também pessimo, questionado agora por muitos. Uns poucos demonstram milagres com o retorno das campanhas, a maioria já percebeu que Google Ad Words continua a ser a mais eficaz e relevante forma de publicidade online.
Se Zuckerberg soubesse o que sabe hoje… teria provavelmente criado um app e não uma rede social online. Ou melhor ainda, ter vendido Facebook. Mas como o Barack Obama, Zuckerberg está também preso entre os seus valores e os de Wall Street, isento de valores. E quem manda agora, mesmo? Zuckerberg continua com a maioria de poder de decisão, mas essa decisão vai agora ser sempre condicionada ao que Wall Street pensa ou poderá pensar. Nada fácil.
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