Novos dados indicam que a televisão e a Internet tem uma profunda relação entrelaçada e em plena evolução. Consumidores continuam adorar a televisão, mas acabam por muitas vezes por fazer mult-tasking utilizando o DVR ou a sua box como ferramenta para gravar os programas que mais interesse tem em rever. Empresas estão assim aperceberem-se deste comportamento optando por utilizar o comportamento do consumidor para segmentação em torno da tradicional demografia.
O mais recente estudo da Deloitte, “State of the Media Democracy”, revela que nos EUA, o namoro com a televisão continua com 71% a indicar a TV como o seu passatempo favorito. A nível de influência na compra, a televisão influenciou 86% contra 47% que diziam ser influenciados por publicidade online.
A tendência mais interessante a surgir deste estudo é que ¾ dos inqueridos dividem o seu tempo e atenção noutras tarefas mesmo quando sentados em perto da televisão – 42% online, 29% mobile e 26% com SMSs. Com tanta atividade em simultâneo, a televisão acaba por ocupar um lugar secundário. Assim sendo, é difícil imaginar quanto branding é que acaba por ser absorvido, bem como, qual o verdadeiro nível de influência que os anúncios conseguem mesmo conferir.
A salvação, ou evolução, da televisão passa mesmo é por esta relação entrelaçada revelando-se num fenómeno onde se vê televisão, enquanto conversando em tempo real no Twitter. Basta só seguir no Twitter a conversa paralela que existe durante jogos de futebol ou debates políticos na televisão. Esta nova divisão de atenção, reúne diferentes tipos de consumidores interagindo através de diversas plataformas em torno de um tema.
O resultado é uma experiência profundamente mais rica, mais conectada com um superior nível de interação, diferente do passado onde o telespectador assumia um comportamento passivo ou caso o conteúdo se justificasse, exprimia o seu total agrade com o que testemunhava. Algumas marcas já começaram a explorar este novo comportamento desenvolvendo promoções com sucesso através das diferentes plataformas. Nesta nova integração de meios, existe certamente uma oportunidade de cativar a atenção do consumidor mas ainda nenhuma marca conseguiu desvendar as verdadeiras oportunidades.
Se tiver em consideração o numero de pessoas com acesso à Internet, o crescimento do mercado mobile e a massificação de LCDs de maior qualidade a um preço inferior, ficamos com a nítida sensação que o universo de consumidores poderá assim ser concentrado ou fragmentado com base em conteúdo, atitude e/ou timing. A segmentação, ou agrupamento, passa assim a existir com base no que consumidores fazem e não quem eles são.
É que conforme os estudos da CBS Research, dirigido pelo Dave Poltrack, a idade e o gênero não influenciam a eficácia da publicidade na televisão, e provavelmente o mesmo aplica-se a online.
Outro estudo, desta vez pela Nielsen, levou Dave Poltrack a concluir:
“Não existe nenhuma ligação, nenhuma mesmo, entre a idade da demografia escolhida para uma campanha, com as vendas geradas pela própria…confiança na demografia de 18 a 49 é uma estratégia arriscada para marketers dado que não correlaciona com as compras.”
Novas tecnologias tem alterado o papel que media preenche no mundo presentemente, sinalizando uma mudança no comportamento do consumidor e não na escolha direta de media. Media tradicional não morreu, existe é, lado a lado, com o não-tradicional, interconectado de uma forma que só agora estamos a começar a perceber.
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