Enquanto social media torna-se cada vez mais integrado no nosso quotidiano, quer no profissional, quer no pessoal, mais empresas escolhem ir pelo caminho de bloquear acesso às redes sociais no local de trabalho. Isto é, considerando o atual panorama, errado.
Algumas empresas vão mais longe e já começaram a incluir blogues na sua lista de sites interditos, incluindo o Tudo Mudou. Dado que existem milhões de blogues, esta não foi uma decisão pessoal nem informada mas sim com base na plataforma que utilizamos – WordPress. Por menos agora, ficamos a saber que a razão de bloquear já não se prende com segurança nem eficiência (utilização de demasiada banda larga).
Estas empresas já não sabem inspirar os seus funcionários, escolhendo adaptar uma cultura interna com base no principio da escola primaria. Acredito que a maioria de colaboradores (odeio os termos funcionário – com funções – e empregado – demasiado perto do termo criado) têm um enorme potencial mas cada vez mais veem-se formatados a funções, procedimentos e tarefas.
Mas a minha convicção é acompanhada com a perfeita noção que tudo isto é muito fácil de dizer mas requer muito para fazer. Muito mesmo.
Já escrevi muito sobre este tema mas agora aparece um caso onde um colaborador, Mike Chambers, que trabalha na Adobe há 12 anos, decidiu explicar publicamente o que a sua empresa e os seus departamentos jurídico, marketing e comunicação não conseguiram no seu comunicado oficial. Aparentemente, esqueceram-se de incluir neste processo quem programa e compreende melhor os seus clientes finais.
Mas as diferenças não acabam ai. Enquanto Mike Chambers deixou comentários abertos percebendo que iria iniciar um conversa delicada suscitando inúmeras outras perguntas, duvidas e criticas, Adobe fez o contrario fechou os comentários após algumas horas. Chambers foi e continua a responder às questões de developers, CTOs de parceiros da Adobe e utilizadores finais.
MAS, Adobe reencaminhou os comentários para um outro blogue seu com links para posts em blogues que apareceram de vários colaboradores da Adobe incluindo o de Mike Chambers. Não existe aqui nenhuma crise, nem nenhum problema que comprometa a reputação da Adobe. Mas o processo poderia ser mais simples para todos envolvidos e o resultado diferente no interesse de claridade.
Este exemplo, como o da Google e o seu colaborador Steve Yegge, que abertamente criticou, de forma construtiva, o que está mal com Google, demonstram duas importantes tendências. A primeira, que empresas como a Adobe e a Google convivem com a abertura e voz que muitos dos seus colaboradores teem e utilizam online – para o bom como para o mau. A segunda, que as empresas que fecham os seus colaboradores, a sua paixão, a sua preocupação e suas ideias por de trás da parede que protege os do mundo da diversão online, só se distanciam cada vez mais de quem mais necessitam – os seus clientes, fornecedores e parceiros.
Não vou insultar a vossa inteligência colocando aqui os meus 10 pontos de como poderá ter a cultura certa. Tudo isto requer uma iniciativa global interna, de cima para baixo, que lide com a cultura central da empresa. Só ai é que se pode começar a usufruir destes canais abertos entre nós todos. É que nem eu sou a pessoa certa para recomendar como, quando e onde se deve fazer esta alteração.
Para quem não tem, nem pretende alterar ou adaptar a cultura interna, melhor mesmo é fechar as portas ao exterior. Mas que fique ciente que não é através de marketing speak que vai conseguir compensar o apetite da audiência para mais informação, maior acesso e mais loooove.
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