Já conseguimos massacrar os mais variados programas de sucesso dos Estados Unidos e o próximo? Shark Tank vem para Portugal para a SIC, com a promessa de trazer grandes oportunidades a um ecossistema que, por si só, já sofre de demasiado hype, de demasiadas promessas e ainda poucos resultados.
Não era suficiente termos o “Lago dos Tubarões” em versão original? Tínhamos mesmo que a comprar e fazer a nossa própria adaptação num mini aquário com os verdadeiros tubarões – não aqueles capazes de trazer valor acrescido ao ecossistema, mas sim aqueles que se preparam para uma autêntica orgia de autopromoção e proclamação de grandeza?
Para isto, só poderíamos contar com a Bárbara Guimarães que, por muito profissional que seja, com uma longa carreira de televisão, pouco ou nada tem contribuído para o ecossistema de empreendedorismo. Nem me lembro de alguma vez a ter visto em algo remotamente parecido.
Pelo menos, a apresentadora assume o desafio – “um programa que exige uma grande preparação prévia” e que “será uma surpresa. Um formato internacional e diferente do que já foi feito em Portugal”. A surpresa seria conseguir fazer algo digno do seu sucesso além fronteiras.
Imagino que o grande desafio seja encontrar “tubarões”, personagens que sejam também investidores, que não temam expor-se, detentoras de um passado de vários sucessos e insucessos, demonstrando a sua capacidade de perceber o verdadeiro mundo de empreendedorismo.
As alternativas são limitadas, para não dizer praticamente inexistentes.
Encontrar investidores com capital para investir durante um programa; investidores que sejam bons comunicadores, suficientemente interessantes e não interesseiros, dado a oportunidade que o programa confere em termos de divulgação de novos produtos; investidores que possam aparecer na televisão sem correrem o risco de sobre exporem as suas outras atividades, limita em muito a possível escolha.
Assim, parece que encontraram o Mark Cuban Madeirense – Joe Berardo que provavelmente diz “fuck yo” tantas vezes como o próprio dono dos Mavericks. Por saber fica apenas o nome irá utilizar no programa –
“Uns callme José Manuel, outros callme Joe, outros call me Comendador. A minha família call me José Manuel, o meu irmão, a minha irmã, os meus sobrinhos, estavam habituados desde pequenos. Quando fui para a África do Sul disseram-me que José Manuel não dava. So, call me Joe. I know who I am. A minha mulher chama-me Joe, que ela nasceu na África do Sul.” http://anabelamotaribeiro.blogs.sapo.pt/15710.html
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