Eu lembro-me de ver o meu pai a ler uma enciclopédia de saúde, cada vez que alguém em casa tinha sintomas fora do normal. Lembro-me também de estranhar que quase todos os sintomas revelavam, no livro, uma doença terrível ou até incurável.
Na era digital, estamos mais e melhor informados? Depende. É que a qualidade das respostas está sempre indexada à qualidade da pergunta, especialmente quando utilizamos motores de busca como o Google.
Num recente estudo da Pearl.com, um portal que liga utilizadores a médicos, advogados e outros profissionais, para receberem conselhos, 63% dos mil Americanos inqueridos, revelaram que acreditam mais em encontrar respostas sobre questões de saúde online do que se perguntarem a um médico numa consulta física.
Onde se compreende mais a utilização da Web para pesquisas sobre saúde é em assuntos relacionados com questões pessoais – sexo, doenças transmitidas sexualmente, questões relacionadas com peso ou até questões relacionadas com o abuso de substâncias menos legais.
Mas nos Estados Unidos, que tem um sistema de saúde publica muito diferente da nossa, utilizadores revelaram que utilizam a Web não só para pesquisar sobre questões pessoais. 24% não têm seguro de saúde, 18% têm medo que a sua pergunta afecte o seu seguro de saúde, 19% não querem ou não podem ter esse custo e 13% preferem viver na ignorância, pois têm medo que o medico possa diagnosticar outra doença que desconhecem ter. Viva a Web!
Uma das áreas com maior crescimento online e em especifico, na utilização de social media, é o sector de saúde, com a maioria dos hospitais a registarem uma maior presença online, maior transparência (supostamente) e uma maior eficiência na sua gestão. Alguns até já utilizaram o Twitter durante uma operação, com tweets a cada momento critico.
Em Portugal, a presença online dos hospitais limita-se a uma página na Web e pouco mais, mas podemos assumir que mais tarde ou mais cedo, os hospitais privados vão se aperceber que os seus clientes querem mais – transparência e serviços com valor acrescido, tal como marcações online.
Mas se por acaso decidir diagnosticar os seus sintomas utilizando a Web, deverá ter o seguinte em consideração:
- As opiniões não são reguladas
- As respostas normalmente são um reflexo da pergunta – como é colocada
- Deverá sempre ler em contexto – o site, a audiência
- Um auto intitulado expert de saúde poderá bem ser o oposto
- Não acredite em tudo que lê
- Não procure validar o seu lado optimista
- Não partilhe demasiada informação pessoal – melhor mesmo ser anónimo
Convêm não esquecer que toda a informação que recolhe não substitui a ida a uma consulta com um verdadeiro médico – físico e não virtual. Quem diria?
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