Numa crise em que os media tradicional estão a competir com blogues massificados como o HuffingtonPost e Mashable, a CNN tomou algumas medidas que poderá por em causa a futura credibilidade das noticias.
É um facto que com serviços como o Twitter, os canais Sky News e CNN, antigamente reconhecidos como os primeiros a transmitir breaking news, já não conseguem ter informação em tempo real – por menos através da sua rede mundial de jornalistas.
Agora é a audiência que inicia as noticias com os media tradicional a terem que comprometer a sua integridade para não ficar para trás. Muitas são as vezes que estes canais acabam por transmitir “factos” que mais tarde acabam por serem falsos ou nas melhores hipóteses, incorretos.
CNN decidiu assim despedir fotojornalistas e editores tendo descoberto que poderia ter os mesmos resultados através de conteúdo contribuído pela comunidade utilizando a tecnologia que cada vez ofusca a linha entre equipamento profissional, semiprofissional e amador. Só meramente como exemplo, os smartphones acabaram com o mercado de maquinas de fotografar point & shoot.
Com câmaras de 8 mp+, a audiência está presentemente equipada com equipamento que profissionais utilizavam há poucos anos atrás. Com a vantagem que não necessitam nem uma ligação de satélite (3G e 4G) nem um ponto de distribuição (Facebook, Twitter).
Jack Womack, senior vice president da CNN enviou o seguinte memorando interno:
Technology investments in our newsrooms now allow more desk-top editing and publishing for broadcast and online. This evolution allows more people in more places to edit and publish than ever before. As a result of these technology and workflow changes, CNN is reducing the number of media editors in our work force in Atlanta.
Para os fotojornalistas, as noticias são ainda piores:
We looked at the impact of user-generated content and social media, CNN iReporters and of course our affiliate contributions in breaking news. Consumer and pro-sumer technologies are simpler and more accessible. Small cameras are now high broadcast quality. More of this technology is in the hands of more people. After completing this analysis, CNN determined that some photojournalists will be departing the company.
Mas a CNN não fica por aqui. A sua aposta em disruptar a sua própria industria, inclui um redesign do seu site iReport que só inclui conteúdo gerado pela comunidade. Cada vez mais, aproximam-se de uma rede social semelhante ao Facebook.
O mais preocupante é que num futuro muito próximo, vamos ter alguma dificuldade em distinguir “noticias” amadoras e noticias profissionais – isto para quem se preocupe na veracidade do que lê. Uma mescla de factos e suposições mascarado como o noticiário da noite.
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