Mistura o seu lado profissional com o pessoal em social media – no Facebook ou Twitter? Fomos formatados para separar os dois lados mas um estudo que analisou a relação entre professores que utilizam o Twitter e os seus estudantes revelou algo diferente, e para alguns, inesperado.
Aqueles que utilizam as suas contas de Facebook e Twitter para a sua vida profissional e pessoal ao mesmo tempo, frequentemente ponderam se de facto estão a prejudicar a sua credibilidade com histórias engraçadas ou acontecimentos pessoais. O estudo publicado em Março da Learning, Media and Technology, revela que afinal não é prejudicial, até pelo contrario.
Os estudantes inqueridos acreditam que os seus professores que utilizam social media também para uso pessoal, são de facto mais credíveis que aqueles que falam somente sobre questões relacionadas com a sua vida profissional. Realça a questão que é sempre melhor ter uma pessoa (humana) a dar a cara e a gerir a conta de Facebook e/ou Twitter numa organização em vez de uma marca com logótipo. Afinal, as relações não são criadas com marcas mas sim entre pessoas o que algumas continuam a não perceber, ou querer perceber.
Quando analisaram a questão de credibilidade, utilizaram os cinco “factores de credibilidade” identificado num estudo de 1974: competência, caráter, sociabilidade, compostura e extroversão. A importância de self-disclosure (divulgação de informação própria) na sala de aula – partilhar informação pessoal para melhorar o relacionamento com os alunos. Mas existe sempre uma linha muito ténue entre suficiente informação pessoal e demasiada informação pessoal. Dado que esta postura não é científica, o nível de divulgação equilibrado altera consoante cada um bem como a percepção da própria audiência e o ambiente em que todos se encontram.
“Os resultados suportam estudos anteriores que revelaram que o aumento da percepção de credibilidade advém da informação pessoal partilhada” concluiu o estudo, acrescentando que “foi interessante verificar que a informação profissional partilhada não aumento significativamente a classificação de competência para quem os recebia. Poderá assim ser uma indicação que o lado mais humano (preocupação e carinho) é mais importante que a competência quando se analisa percepção de credibilidade nas redes sociais (e em social media em geral).”
Mas houve um factor que é importante realçar – a idade altera esta percepção. O estudo também verificou que estudantes mais velhos diminuíram a classificação de professores após ter visto a informação que partilharam no Twitter. Alguns até acharam uma má ideia professores terem uma conta Twitter, quanto mais partilharem questões pessoais com outros. A principal razão prende-se com a noção que existe um potencial para revelar demasiada informação pessoal, criando uma relação incómoda entre estudante e professor.
Um aspecto preocupante foi que quando questionado, os estudantes acharam que, ao existir, os professores mais falsos eram de facto os do sexo feminino. No futuro, o estudo irá ter que obrigatoriamente analisar esta diferença de percepção entre gêneros.
Por isso a resposta à questão “devemos misturar o pessoal com o profissional” não é de todo linear e depende. Depende no autor, na idade, na audiência, na industria e numa cultura como a nossa, repleta ainda de Srs. Drs., Engºs e Arqºs, alguma cautela deverá ser exercida. Mas algo é certo, estamos plenamente na era da transparência (qb) e autenticidade, onde em grande parte, todos procuramos uma voz humana em torno do “business speak” regurgitado constantemente pela hierarquia tradicional das empresas.
Sabemos que gastou uma fortuna no seu logótipo, na missão da sua empresa e em todo o material promocional, mas nu e cru, quando eu tiver um problema com o seu serviço e/ou produto, eu quero falar com uma pessoa verdadeira, humana e com paixão. Alguém que me dê mais que razão camuflada para omitir qualquer responsabilidade – não vão de repente, todos os outros clientes ligarem com “exigências”. Chatos!
Não é apenas a partilha de informação pessoal em uma sala de aula que pode ser proveitoso. Estudos também indicam que ao efectuar uma apresentação para o público em geral (conferência, seminário, pitch… etc) faz com que quem escuta aumente o seu interesse no discurso, pois faz com que o orador se reduza ao público e indica com os exemplos dados que é humano…
No meu caso, separar a vida pessoal da profissional não faz absolutamente sentido nenhum. Pois se queremos ter sucesso profissionalmente não é das 9h às 5h mas sim uma constante…
Cumprimentos a todos,
Bernardo Sousa de Macedo
Obrigado pelo comentario Bernardo