Uma “autentica corrida ao armamento” é a forma como descreveram a importância de ter um tech hub, bem como a concorrência que existe de algumas cidades como Berlin, para não falar em Silicon Valley.
Mas como já foi referido várias vezes, Silicon Valley não é uma cidade, e mais que um polo de tecnologia e inovação, é acima de tudo um mindset – uma forma de pensar e estar – um estado de pensamento que acredita que o mundo pode ser mudado e melhorado através da tecnologia.
Mas esta corrida ao armamento só é possível com o apoio do governo. Mas mais que o apoio, existe a necessidade de ações concretas com resultados reais e apalpáveis, algo que David Cameron e o seu governo conservador percebeu. A negação nunca ajudou a ninguém e mesmo para uma cultura Inglesa que acha-se em termos gerais, acima do resto, tiveram a humildade de investigar quem poderia servir de alavanca.
A decisão foi fácil mas a decisão nem tanto e isso demonstra o quão sério os Ingleses estão em tornar Londres o centro de inovação. Importaram assim um conceito criado por um francês, mesmo sabendo que o LeWeb em Londres seria sempre o primo afastado do verdadeiro congresso de tecnologia da Europa.
Para demonstrar o apoio do governo, Rohan Silva, senior policy advisor a Downing Street, esteve presente bem como Jonathan Luff, advisor do primeiro ministro Inglês. Juntou-se ao palco o Eric Van Der Kleij, CEO da Tech City Investment City, e Brent Hoberman, co-fundador da PROfounders Capital & co-fundador & Chairman da mydeco e made.com.
Mas todos tiveram presentes antes e depois da sua intervenção para falarem com todos os participantes. Vão estar o dia todo numa sala disponíveis para ouvir e falar com quem seja. Esta disponibilidade é algo que nos falta a nós bem como os seu discurso destituído de qualquer agenda política.
Silva explicou que este tipo de concorrência é saudável “That kind of arms race is really healthy. If any of you have any stories of countries we should be playing catch up with, we want to hear that”, isto porque algumas das decisões que tomaram foi com base no que viram em Silicon Valley e Berlin.
Mas a conversa vai mais longe do que uma aparência aqui e ali e um pequeno prédio para os novos startups. “We are trying to do the right thing as a government with transport, infrastructure, tax policies. It is the place in Europe to go.”
Mas da mesma forma que Obama sempre foi um adepto da tecnologia, Cameron é também um crente da inovação “This is a country where the prime minister gets it. It isn’t just rhetoric,” acrescentou Brent Hoberman.
Seja como for, não me parece nem urgente, nem necessário, neste momento, de tornar Lisboa num technology hub, até porque ainda existe muito a fazer, nomeadamente encontrar o verdadeiro apoio necessário, bem como as infraestruturas para evitar que escrevam mais artigos como este: “I was shocked – shocked! – to find out there are tech startups in Portugal”.
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LeWeb Paris 2011
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