Um dos aspectos positivos de LeWeb é a forma como Loic introduz alguns oradores que mesmo não sendo conhecidos no meio (tecnologia), os mesmos acabam por ter alguma ligação e surpreendem a audiência.
Em Paris, a grande surpresa foi Karl Lagerfeld, o cheek geek que não sabe que é doido. Para Londres, Leweb escolheu Jamie Oliver, o jovem chef irreverente que parece tudo menos capaz de surpreender pela arte da culinária. Mas infelizmente não lhe conferiram essa possibilidade, escolhendo junta-lo ao Kevin Systrom, cofundador e CEO da Instagram, aquele comprada por Facebook por mil milhões de USD.
Jamie tornou-se assim numa espécie de product placement no meio de um anuncio para a app de fotografias. Foi uma pena, pois Jamie Oliver tem ferozmente lutado pela melhoria da qualidade de alimentação nas escolas, quer em Inglaterra, quer nos Estados Unidos.
Jamie explica a sua visão de social media em menos de um minuto, típico pois uma das suas características é a sua forma de simplificar tudo – ao ponto que até a sua avô possa perceber – esta não foi uma exceção. Jamie acredita que Twitter é utilizado para partilhar os seus posts e para agitar o tacho (stirring the post) enquanto também interage com a sua comunidade; Facebook é uma espécie de página de internet onde se aprofunda o conteúdo e Instagram é uma forma brilhante de democratizar a criatividade.
Jamie prefere o Instagram e a sua capacidade de retirar conteúdo caso a coisa não corra bem enquanto o restante fica disponível uma eternidade, reaparecendo em entrevistas criando algum desconforto. Suspeitamos que Jamie tem alguma experiência neste campo e a história que ele conta confirma o mesmo – teve que retirar uma fotografia de uma festa de zombies onde ele tinha uma pistola apontado à cabeça – não correu bem mas como foi no Instagram, rapidamente solucionou este lapso de bom senso.
Kamie tem uma equipa para lhe ajudar a gerir a sua marca online, passando ele 15 minutos de dia a ler os comentários e interação da sua comunidade. Parece-me pouco considerando o tamanho da sua comunidade e o nível de interação – Jamie consegue agregar comentários nas centenas.
Jamie conta que a rapariga que lhe fez a maquilhagem contou-lhe conhecer todas as suas receitas mas nunca comprou um livro seu, tudo graças à Internet. Jamie confessa, com um ar meio triste, que “temos que ser generosos online” mas também explica-nos que é um paradoxo dado ser a forma como ele faz dinheiro – ninguém conseguiu ter pena.
Mas com toda a sua segurança, algo curioso acontece quando ele partilha a sua vida no Instagram – uma continua procura pelo reconhecimento e admiração – está sempre atento ao numero de likes mas depois altera a sua conversa, preferindo concentrar-se nos comentários, ou seja a qualidade de conteúdo que a sua comunidade contribui. Instagram também lhe confere uma falsa segurança dado ele acreditar que a imprensa não “rouba” imagens do Instagram com a mesma frequência de outros sites.
Pelo meio, Kevin vai sorrindo e agradecendo os comentários favoráveis do seu novo fã. Kevin acredita que as marcas revelam o seu melhor lado no Instagram conseguindo assim a melhor taxa de interatividade, algo difícil de comentar dado a ausência de prova – mas deixa a dica de uma marca que está a ter sucesso no Instagram – a Burberry.
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LeWeb Paris 2011
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