A convergência de governo e tecnologia parece para muitos, algo tão provável como o Elvis chegar num óvni. Esta comparação pode parecer disparatada mas lembro-me de quando quiseram em Inglaterra demonstrar ao publico a probabilidade de ganhar o Euromilhões, utilizaram estas duas probabilidades – o Elvis ainda estar vivo e alguém ver um óvni. Adiante.
Martha Lane Fox, a UK Digital Champion e Michael Bracken, Executive Director of Digital, ambos do Serviço Digital do Governo Inglês, juntaram-se no palco à Roxanne Varza, uma jornalista de tecnologia e start-ups. O que todos queriam saber era, para além de todo o esforço de tornar Londres num tech hub, o que é que o próprio governo estava a fazer para se adaptar à era digital?
Martha começou por explicar que a própria tecnologia já lhe tinha mudado a vida duas vezes: a primeira quando lançou o lastminute.com e depois mais tarde enquanto recuperava de um acidente grave de viação.
Mas neste momento, a preocupação de Martha é de aumentar o nível de qualidade de serviço do governo online. Existem 8 milhões de adultos no Reino Unido que nunca foram online. Se por um lado isto acontece como resultado de uma falta de acesso, por outro, muitos ainda acreditam que não vale a pena, pois se o governo trabalha mal a nível offline, o que será online.
Michael Bracken, por outro lado, está a construir uma base sólida para todos os serviços centrais adaptando um mindset interno de startup num monstro de uma organização que para todos os efeitos é um verdadeiro monopólio. Como “startup”, Michael luta para serem cada vez mais rápidos, mais eficientes, mais baratos e acima de tudo que facilitem o utilizam e interação com o governo. Alguns serviços, já conseguem lhe responder, ou ajudar, após três simples perguntas.
A nível de procurement, o objectivo é ter cada vez mais, empresas mais pequenas envolvidas no ecossistema. No passado, a tecnologia era sempre controlada centralmente e era sempre adjudicado a uma ou outra powerhouse de software. Outros países, como a Estónia, já conseguiram passar de dois ou três fornecedores para uma diversidade de fornecedores consoante as necessidades de departamentos e gabinetes, mas integrado num só.
De facto a tecnologia já está a ter um interessante retorno para o governo, pelo menos quando o quantificam em pelo menos meio mil milhões de Libras – enquanto a maioria das interações cara-a-cara têm um custo de 12 Libras, este preço baixa para 35 pence para cada transação online.
O governo tem trabalhado em duas frentes para complementar a sua estratégia digital. Enquanto criam as condições para melhorar o acesso à internet através das infraestruturas que permitem uma maior e melhor cobertura de banda larga, por outro criam alguns projetos piloto incluindo a venda subsidiada de um PC por 95 Libras.
A tecnologia que utilizam é predominantemente open source onde quem gere e/ou programa, pode selecionar a tecnologia que quer utiliza, partilhando, em grande parte, tudo que fazem no Github. Uma das vantagens de open source, além do custo, é a abertura para incluir uma comunidade de developers que constroem uma ecossistema para melhorar os serviços do governo, online.
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