Não se pode, nem se deve, tirar mérito ao cofundador e alma do maior fenómeno de sempre – Facebook. Mas Facebook atravessa provavelmente o período mais importante e complicado da sua curta história.
Prestes a ser lançado para a bolsa através de um IPO, tudo vai mudar pois o mercado passa a ditar, em parte, o (in)sucesso da rede social, algo nem sempre é coerente com o trajeto que Facebook tem planeado ou execute.
Vários são os desafios que Zuckerberg enfrenta, nomeadamente o tamanho da rede, a falta de relevância que o conteúdo começa a exibir, um fraco mecanismo de pesquisa, filtros de relevância impostos pela rede em vez de serem alterados pelo utilizador, a perda do factor “coolness” e uma demasiada dependência no utilizador para que a rede continue a ser relevante.
Mas no meio de toda esta confusão, e ao que parece, Zuckerberg utilizou o seu poder interno para comprar o portal Instagram pelo dobro do seu valor, valor esse que já por si era duvidoso dado ser extrapolado pela ultima injeção de capital dias antes da venda.
Correndo o risco de subestimar as mentes que gerem este fenómeno, não me parece que se resolve o problema de mobile através de uma compra de um serviço que até dizem ficar independente do Facebook. Mais valia resolverem a fraca aplicação do Facebook para mobile.
Até porque Instagram tem os seus próprios desafios. Um portal com o crescimento colossal registado nos últimos meses indica que a equipa está a lutar contra o tempo – um substancial aumento de custos e recursos necessários para manter o portal rápido e eficiente.
Mas esta aquisição, a maior de sempre na história do Facebook, foi muito pessoal e demasiada rápida para poder ser justificada como uma jogada estratégica. O facto que Zuzkerberg temia que o serviço fosse parar as mãos dos outros, só demonstra o nível de desespero e irracionalidade de todo este processo de negociações que durou 48 horas.
Mas Zuckerberg tem razão numa coisa ao escrever num blog post dele a explicar que esta compra era um “importante milestone”. O que está errado é comprar algo, só para que outros não tenham acesso ao mesmo. Não foi assim que Zuckerberg criou Facebook, e não será assim certamente que o irá fazer crescer.
Se estivesse já cotado na bolsa, por menos ficaríamos logo a saber qual a opinião dos mercados.
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