Quantidade versus qualidade é algo debatido constantemente quando tentamos perceber qual o valor acrescido de uma comunidade ou rede social. No caso do Twitter, além do impressionante crescimento que o serviço tem registado, algo aconteceu pelo caminho que revolucionou a forma como recebemos informação.
Sky News e CNN foram conhecidos durante anos pela sua capacidade de nos manter atualizados com as noticias pelo mundo fora, mas o que marcou mais foi o termo “Breaking News”.
Quando as torres de Nova Iorque caíram, estávamos todos colados à CNN e Sky News. Até os noticiários, nos canais Portugueses, que seguiam os acontecimentos com jornalistas no terreno tinham CNN ligado, comentando quando algo novo surgia.
Mas Twitter alterou, profundamente, a forma como começámos a receber as noticias em primeira mão, acabando por se apropriar do termo “Breaking News”. Enquanto as cadeias internacionais de noticias tinham centenas de jornalistas espalhados pelo mundo fora, Twitter uniu o publico que com os avanços em tecnologia, tornaram-se todos capazes de serem citizen jornalists.
Enquanto um cidadão Americano fotografava um avião que acabava de aterrar no Hudson River – imagem essa que se espalhava pelo mundo fora – a CNN tentava encontrar o local do acidente. A realidade era cruel – todo o profissionalismo, meios e anos de experiência eram agora brutalmente ultrapassados pela simplicidade do telemóvel com câmara, ligação à internet e serviço de partilha de fotografias – nas mãos de milhões de pessoas.
Com tudo bom que vem de citizen jornalism, pelo caminho ficaram a veracidade, a integridade e a honestidade. Se por um lado estávamos agora em todo o lado, por outro, a velocidade a que se reportava, fazia com que nunca se soubesse muito bem se de facto o que nos apresentava era assim mesmo.
Enquanto o jornalista e a sua equipa trabalhavam freneticamente para confirmar a veracidade da noticia, o cidadão comum já a tinha espalhado. Só assim é possível o Jon Bon Jovi morrer e reaparecer no mesmo dia.
O mundo tornou-se muito mais pequeno com Twitter, YouTube e Facebook. O ano passado, história foi novamente reescrita, num período agora conhecido como o Arab Spring, onde através da incrédula coragem de milhares de pessoas, desesperadas com o que a vida lhes tinha proporcionado, tomaram conta das ruas, protestando até à morte.
A queda de regimes, até aqui intocáveis, tombaram um atrás do outro. Twitter não foi responsável mas teve uma papel fundamental, dando conhecimento ao restante mundo do que alguns estariam despostos a sacrificar para viverem o que nós já há muito tempo tomávamos por certo – a democracia.
Por isso, no inicio de Março, Twitter irá atingir mais um marco histórico, juntando meio bilião de pessoas com acesso à informação imediata, com tudo bom e mau que o mesmo lhe proporciona.
Mas como Facebook já demonstrou, os 500 milhões de utilizadores será temporário pois o serviço promete crescer cada vez mais, criando desafios novos na troca da veracidade pela iminência – algo que vamos todos ter que gerir para garantir o futuro deste precioso serviço (quase público).
Algumas informações (estimativas) interessantes sobre o Twitter:
- – somente 12% das contas são canceladas;
- – 45% nunca enviaram um tweet – ou seja, são passivos;
- – 20% já enviaram mais de 10 tweets;
- – 10% já enviaram mais de 100 tweets;
- – mais de 85 milhões de utilizadores enviaram um tweet nos últimos 30 dias;
- – são enviados 150+ milhões de tweets por dia;
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