Wearable tech, ou seja smart watches lançados por inúmeras empresas como a Samsung, Sony, Qualcomm, Pebble, etc.; sports devices como a Nike Fuelband e óculos como o Google Glass, ainda são considerados gadgets para os early adopters que, conforme um novo estudo, são maioritariamente homens.
A CCS Insight, uma empresa de análise de telecomunicações efetuou um estudo a 1500 pessoas com smartphones em Inglaterra e nos Estados Unidos – o objetivo era para perceber qual o interesse nesta nova categoria de tecnologia.
Os resultados não devem agradar às empresas que acabaram de lançar os seus smart watches para o mercado, assumindo-se que acreditam que esta seria a nova categoria a explodir já que o mercado de smartphones está a abrandar.
Conforme o estudo, não se trata de falta de informação ou desconhecimento sobre este novo mercado/segmento/categoria. 65% dos inquiridos já ouviram falar sobre smart watches e mais de 50% sobre fitness trackers tal como o Fuelband. Mais interessante é o facto de que mais de 50% já tinham ouvido sobre Google Glass, um produto que ainda está em modo beta e somente disponível para um número extremamente restrito de pessoas.
Mas o conhecimento da sua existência não se converte em compra e, pior para quem comprou, o interesse no produto diminuiu substancialmente com a sua utilização. Quem comprou um smart watch ou fitness band, 40% acabou por encosta-lo, deixando de o utilizar por esquecimento ou por cansaço e tédio. Até porque o conceito do smart watch não é novo.
Os problemas começam com a tecnologia e a sua falta de usabilidade, conforto, utilidade, design e, de certa forma, algo extremamente importante – duração da bateria.
Mas devemos, neste caso, separar o sucesso dos fitness trackers do insucesso dos smart watches. Enquanto 80% dos consumidores compreendem as vantagens e utilidade destes dispositivos e o impacto na saúde de cada um, ninguém ainda percebeu qual a utilidade do smart watch – pelo menos no seu presente formato.
Um dos problemas provavelmente reside no nome, muito como o “SmartTv” que só teve “sucesso” pois vinha incluído nas televisões novas .
Os fabricantes acabam por criar uma expectativa que depois não é cumprida. Um dispositivo sendo “smart” (inteligente) deverá fazer quase tudo por nós – não? Ou pelo menos saber o que necessitamos, como e quando – um pouco como o Google Now. Mas será que queremos fazer gestos à televisão, falar com ela, ou simplesmente uma interface diferente? Algo que ainda não vimos.
Outro desafio é o segmento a quem este tipo de gadget está, atualmente, a atrair – sexo masculino que procura o próximo gadget – este nicho tem que ser alargado se os fabricantes esperar ter resultados próximos do que conseguiram alcançar com o smartphone e tablet, nomeadamente Samsung e Apple.
O estudo revela que outro desafio está no que cada um considera que deve estar no smart watch. Com o novo Smart watch da Samsung, acabamos com um dilema – falamos para um note gigante ou para o relógio? Arrisco a dizer que ninguém vai querer fazer um ou o outro.
Por fim, temos o preço, que neste momento ronda os $ 250 – $ 300 USD por smart watch, comparado com a maioria de smartphones que com um contrato de 2 anos, acaba por ser “gratuito” para o consumidor, isto se não fizer as contas do preço total pago nesses 2 anos, o preço vai ser um dos factores que irá levar os consumidores a não comprar um smart watch – por enquanto.
[…] É fácil ir atrás do hype e de todo o nonsense em torno de discussões fúteis sobre a Samsung e Apple. Uma inovou e já não inova, a outra não copiou e agora inovou. Na realidade, para o consumidor, nada disto importa. E era tão óbvio. […]