As alterações que Facebook lançou foram essencialmente para manter os utilizadores ainda mais ocupados na sua plataforma. Não é que isso seria necessário sendo que Facebook tem ultrapassado tudo e todos online no que concerne ao seu stickiness, ou seja, a sua capacidade de prender o utilizador – não literalmente.
Mark Mahaney, do Citigroup, produziu um gráfico que demonstra as razões pela animosidade entre Google e Facebook, como de igual forma demonstra o declínio dos gigantes do passado, a AOL e a Yahoo.
Durante o evento de Facebook, o f8, para developers, Mark Zuckerberg explicou as alterações que irão alterar a Web – essencialmente o Timeline. Curioso que o lançamento de Timeline está atrasado, não porque não está pronto, mas por causa de um processo com a Timelines.com.
Mas as alterações começam a irritar muitos e ainda a maioria, para não dizer praticamente todos, dos membros de Facebook nem imaginam o que vem ai com as alterações do perfil de cada bom. É agradável de facto, especialmente a fotografia principal que ocupa a largura inteira do perfil, mas o resultado é um decréscimo de interatividade com o perfil.
Eu, como muitos outros, já notamos um decréscimo nos likes e shares, isto resultando diretamente das alterações no Edgerank – o algoritmo de “relevância” de Facebook que dá preferência aos novos membros (criar uma dependência inicial) e aqueles que tem maior interatividade com outros membros – ou seja aqueles que não fazem outra coisa se não Facebookar o dia todo. Curioso também que é a palha que tem maior retorno, por isso qualquer empresa ou marca que quer existir neste ecossistema vai ter que publicar alguma palha entre o seu melhor conteúdo.
Isto é o resultado do crescimento de Facebook tornando o site na maior plataforma de mass media numa altura em que a personalização e weirdness (Seth Godin) faz com que se procure nichos e micro-nichos, e em alguns casos ME stuff. Outra implicação é a maior partilha de informação, maior interação tudo para que as pessoas se realcem no colossal barulho que é revelado em tempo real no agora mais que inútil stream.
Facebook removeu a opção de enviar mensagens aos membros de grupos, grupos esses que foram criados para os responsáveis comunicarem e enviarem informação. Removeram os tabs reviews e discussions mais uma vez forçando os utilizadores a alterarem a sua forma de comunicar – isto após ter os convencido a adaptarem estas ferramentas.
E é aqui que percebemos o que alguns de nós defendemos já há muito tempo – no quintal dos outros, brincamos enquanto nos deixarem e as regras são criadas e alteradas por quem gere o quintal – quintal esse fechado e sem ligação para outros quintais. Quando não quiser brincar mais, ou quando não o quiserem mais no quintal, todos os seus brinquedos ficam – é que afinal nunca foram seus.
Para alguns que concentraram todos os seus esforços na criação de sub comunidades, ou grupos, achando que poderiam usufruir desta ferramenta gratuita e poderosa, agora recebem a triste noticia que o seu grupo está prestes a ser arquivado.
Segunda lição, there´s no such thing as a free lunch. O gratuito nunca o é, muitas vezes pelo contrario.
Já Bob Hope dizia que o sexo mais caro é o gratuito – referência óbvia ao casamento.
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