No passado dia 13 de Outubro, o PM anunciou ao país uma série de medidas presentes no Orçamento de Estado 2012.
Compreendo que o tivesse feito através de uma comunicação solene ao país para dar uma veste de seriedade e gravidade ao momento, o que se provou ter sido o seu erro.
Se a intenção era que acabássemos de ouvir o discurso e ficássemos resolutos na certeza do resultado das medidas, tal não aconteceu, apesar de reunirem imensas opiniões académicas e científicas positivas.
Se a intenção era percebermos a inevitabilidade de medidas que na sua maioria já estavam traçadas desde o memorando de entendimento, tal não aconteceu, apesar de (para os que prestaram atenção na altura) uma grande parte do anunciado estar nesse documento.
Se a intenção era que os portugueses se juntassem neste momento de dificuldade e partilhassem esse sentido de responsabilidade, tal pode não ter acontecido, pois aqueles que já iriam reclamar estão a fazê-lo e não se ouvem muitas reações de apoio.
O erro de Coelho não está no conteúdo que foi dito, até porque isso só mais tarde conseguiremos avaliar, e sim no que ficou por dizer e na forma utilizada. Pouca expressividade corporal e verbal, num momento que pedia energia e convicção, demasiado foco na negatividade das medidas e esforço pedido e demasiada importância dada a propostas já conhecidas.
E mesmo assim talvez o maior erro de todos, foi a quase total ausência no discurso de referências ou medidas que fomentem agora a esperança, a oportunidade, a perspectiva de melhoria e um futuro mais risonho. Este discurso podia ter sido uma alavanca do estado emocional da nação, dando inicio a uma onda de confiança, certeza, motivação, criatividade e esperança.
Mesmo sem o ser, imaginem que todos os players políticos perguntavam a si próprios “Como é que eu posso aproveitar este momento de mudança para servir como nunca antes o meu país?”… O que acham que aconteceria?
Lembre-se que tem dentro de si o maior poder do mundo: A Decisão. Decida usa-lo.
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