Recebi ontem um email da BrandsBreeze, a convidar-me para registar no “primeiro Shopping Online do mundo” e fiquei curioso. Na realidade não acreditei na promessa dado que com experiência aprendemos a duvidar de quem faz marketing do marketing e cria expectativas demasiadas altas.
De qualquer forma, e-commerce não é novo e todos já sabemos o que aconteceu a Second Life, a plataforma virtual que acabou por enjoar e nunca se tornou o futuro. Então o que queriam estes senhores dizer com o “primeiro Shopping Online do mundo”?
O pitch é simples, identificando os problemas que supostamente todos temos quando vamos aos enormes centros comerciais espalhados pelo país: “problemas de estacionamento, filas para pagar e confusões nas lojas”. O ultimo deixou-me confuso mas confesso que não vou muito ao Colombo mas já ouvi falar de algumas “confusões” que lá acontecem de tempo em tempo.
Antes de dar “uma voltinha”, decidi ir ao blogue, e o que encontrei foi texto e imagem mas nada que se pareça com um blogue – zero sharability, nem data, nem autor, nem comentários – zilch. Provavelmente até é melhor assim, pois quando não sabemos o que os outros pensam, podemos assumir que está tudo bem.
Na era de transparência e confiança, fui ver quem são os mentores do projeto mas fiquei na mesma. O que vi foi a sua sede e ao colocar a morada no Google street view, vi algo que não esperava – e não estou a falar dos homens à porta. Não me parece uma sede de um produto revolucionário e inovador, muito menos uma sede do primeiro e mais inovador site de e-commerce.
Impressionante é ver 873 pessoas supostamente online a ver o site – é um numero impressionante, resultado de algum “bug” ou então muitos receberam o mesmo email que eu, e foram ver.
O site está em flash e provavelmente este é verdadeiramente o único centro comercial no mundo em flash. A usabilidade é nula para não dizer estranho o facto do centro comercial estar sempre de noite – fundo preto. Volto amanhã de manhã para ver se o sol já brilha. Não brilha.
A primeiro imagem do centro é interessante e promete levar-nos num jornada virtual pelo centro comercial, mas rapidamente apercebemo-nos que de facto isso não acontece. Após escolher a loja que quer “visitar”, existe uma primeira animação que é de facto igual para todas as lojas, levando-nos para uma imagem estática que tem títulos dos diferentes “departamentos” onde podemos ir comprar algo. Ao escolher, leva-nos para a mais básica de solução de e-commerce, reminiscente dos anos 90.
Normalmente ignoro este tipo de email e não sou fã da critica agressiva mas este caso irritou-me pela excessiva utilização de promessas, impossível de cumprir, tal como “uma experiência de compra completamente inovadora” e “temos um serviço de pós venda de excelência ao seu dispor a qualquer hora”.
Quando se inclui o mundo, para não dizer universo, não devemos esquecer que estamos a concorrer contra a Amazon e a Zappos. A Zappos tem portes incluídos, entrega em 24 horas e pode devolver o que quiser durante 365 dias – isso sim é um serviço inovador. O resto é puro amadorismo e nas melhores das hipóteses, ingénuo.
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