O iPhone, como a maioria dos smartphones, tem se tornado cada vez mais numa espécie de concierge pessoal, ajudando-nos a encontrar o melhor restaurante, a localização dos nossos amigos, o caminho para casa e até quando perdemos o nosso telefone, ele indica- nos a localização.
Enquanto as diferentes apps são desenvolvidas para nos ajudar no nosso dia-a-dia, seja como fonte de informação ou método de entretenimento, algures pelo caminho temos estado a tornar-nos dependentes desta tecnologia enquanto abdicamos cada vez mais da nossa privacidade.
Somos alertados periodicamente pelos cínicos e paranoicos da falta de controlo que temos, dos abusos da Apple (e Android) e da privacidade que abdicamos em torno de melhorias na nossa vida.
Por isso não devemos ficar surpreendidos com a patente colocada pela Apple que foi descoberta pela London Times. A patente é para um sistema que desliga a capacidade de gravar e/ou fotografar através do dispositivo com iOS – iPad, iPhone e iPod touch.
A ser desenvolvido, o software reconhece a utilização da câmara, sendo que infra vermelhos colocados num local, podem ativar o software, desativando automaticamente a função de gravação. As outras funções não seriam assim afectadas.
Começa assim a especulação. O jornal Inglês, The Daily Mail, raciocina que Apple poderá estar a tentar encontrar uma forma de trabalhar com proprietários dos direitos de autor do conteúdo a qual a audiência escolheu usufruir. Esta seria de igual forma uma maneira de limitar a publicação de conteúdo ilícito online.
Poderia a Apple cobrar um valor que permitisse assim o utilizador de filmar ou gravar o acontecimento? Se a Apple permitir aos locais a funcionalidade de desativar funcionalidades especificas, ou que fará com que as autoridades não utilizem a mesma tecnologia para impedir que o resto do mundo seja testemunho a acontecimentos durante protestos, por exemplo?
As câmaras tem provado uma ferramenta útil na documentação de abusos de poder bem como ajudado em relatar um outro lado que normalmente não seria contado. Mesmo que seja pouco provável que isto venha acontecer, o que sabemos é que uma dose de paranoia nunca fez mal a ninguém – até pelo contrario. Imaginem se a Internet fosse centralmente controlada, algo que muitos tem lutado para conseguir, e que os governos decidissem desligar tudo durante alturas em que o Estado achasse por bem. Com o desenvolvimento da tecnologia, corremos o risco de andar para trás em vez de progredirmos para uma sociedade mais transparente em que todos correm o risco de terem os seus atos transmitidos para o restante mundo.
O problema continua a residir no facto que ninguém é dono da sua tecnologia. Cada vez mais, as empresas colocam limites em como e quando o utilizador pode utilizar o produto comprado para seu uso próprio. Na realidade “meu” acaba por ser mais “teu”.
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