O crescimento de apps, serviços e comunidades criados para o mercado mobile, estão a transformar as compras de uma atividade sem grande reflexão, para uma atividade de precisão, e enquanto os consumidores tornam-se cada vez mais estratégicos, o impacto será devastador para quem não acompanha esta tendência.
Apresentamos assim a nova era da proximidade, onde as marcas surgem de dentro das lojas e agarram a atenção dos seus potenciais clientes. E os casos práticos já surgem, tornando esta teoria uma realidade.
No verão passado, Blu, fabricante de cigarros electrónicos, introduziu maços com sensores avançados que vibram quando o consumidor passa por perto de um local que venda o produto – neste caso, para quem já tinha o equipamento, as recargas.
Empresas como a Layar, criam software que coloca informação (dados) sobre a vista através de um smartphone para que as empresas não tenham que encher as suas montras de informação, incluindo ofertas, com a vantagem de poder altera a qualquer momento o conteúdo, bem como, segmentar para que o conteúdo seja relevante.
Algumas marcas de cerveja nos Estados Unidos, utilizam augmented reality para ajudar os seus consumidores encontrarem locais que sirvam as suas bebidas – algo que certamente deve ficar cada vez mais complexo com cada local visitado.
O app Le Bar Guide, mostra marcadores com os nomes de bares e as suas respectivas moradas no ecrã, flutuando sobre a imagem ao vivo do local onde se encontra.
Zaarly, um serviço que vai ao encontro, não das marca,s mas sim das necessidades do consumidor e potenciais vendedores, permite que um utilizador coloque no seu smartphone o que procura (produto ao preço pretendido), e potenciais vendedores que o rodeiam são alertados, tudo através do smartphone. Poucos minutos depois, o consumidor poderá até estar em casa de alguém por perto a verificar o produto que procura, em segunda mão, para se assegurar que tudo funciona – a compra é efectuada sem grande stress.
Precision shopping era inicialmente uma atividade no desktop em casa ou no trabalho utilizando a localização da loja como a sua principal ferramenta. Mas estudos indicam que, nos Estados Unidos, 78% de clientes frequentes de centros comerciais e lojas de armazém, utilizam o seu smartphone como companhia nas suas saídas às compras. Quase metade utiliza apps especificamente desenhados para fazer compras.
Estes clientes vão estar à procura de produtos no seu trajeto, algo que acaba por se revelar como um ótimo compromisso entre ter que de deslocar especificamente a uma loja e andar frustrado à procura de algo que deseja mesmo (ou pensa desejar). A oportunidade de precisão é acompanhada pela possibilidade de interagir com quem está numa missão para comprar algo especifico perante um orçamento pré-definido.
Mas em grande parte, a maioria dos centros comerciais, grandes superfícies e armazéns continuam focados, e em alguns casos, obcecados, pelo mundo físico, tentando diminuir o custo por metro quadrado enquanto se posicionam nos locais de grande afluência (massas). Deviam ter percebido que a tecnologia já existe, e mesmo que ainda esteja no inicio da sua utilização, duas questões são claras – o mundo vai ser móvel, e todos vão ter um smartphone. Como a alteração de estratégia leva algum tempo, não parece sensato esperar que a tecnologia atinga uma adopção massificada, pois certamente nessa altura será tarde de mais.
Da mesma forma que estas mesmas lojas e centros comerciais utilizam métodos de optimização online para aumentar a sua visibilidade lá, o seu lado físico terá que fazer o mesmo, e cada vez faz mais sentido sendo que presentemente a nossa vida online é uma extensão da nossa vida offline, e por defeito, vice versa.
A verdadeira vantagem está em apanhar o consumidor, que está fora de casa, com a intenção de comprar – gastar dinheiro. Mas provavelmente não será no seu estabelecimento – só se fizer algo por isso. Isto em contrasto ao comportamento de quem está online em casa, que tipicamente procura comprar em função de preço. Com precision shopping, o mesmo já não se aplica na sua totalidade – se conseguir facilitar o processo da compra e evitar que o consumidor tenha que andar mais 100 metros, o mesmo irá agradecer da melhor forma – comprar a si.
Na sua essência, retalhistas vão ter que pensar nas suas lojas como um hot spot numa rede Wi-Fi, tornando o desafio na sua capacidade de sair de dentro da sua loja e criar uma experiência para quem deseja eficiência, personalização, bons negócios e se possível, algum divertimento.
httpv://www.youtube.com/watch?v=AsD0DuPT1GI
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