O Pew Research Center Project for Excellence in Journalism publicou o State of The News Media 2012, um relatório anual do estado dos media no que concerne a noticias. O seu mais recente relatório demonstra um aumento na utilização da tecnologia mobile para ler noticias.
O estudo revela que 27% dos Americanos dizem receber as suas noticias através de tablets e smartphones mas ainda estamos para ver se de facto as empresas consegue ganhar dinheiro com mobile.
É provável que estes consumidores procurem sites tradicionais de noticias ou apps, aumentando a sua ligação às empresas tradicionais de media. Utilizadores de tablets tendem ler artigos mais extensos e passam mais tempo nestes sites de noticias do que os estivessem a ver através de um smartphone e/ou computador desktop, diz Tom Rosenstiel, diretor do Project for Excellence in Journalism.
Visitas únicas para sites de noticias online subiu 17% de 2010 para 2011, um aumento significativo e semelhante ao ano anterior. Muitos dos utilizadores já têm por habito a leitura através do seu tablet das noticias que vão estar presentes no dia seguinte nos media.
Irónico é vermos que empresas de tecnologia estão mais aptas para tirarem partido desta tendência que as próprias empresas que produzem o conteúdo, especialmente no que concerne à forma como recebem um retorno financeiro pela sua arte.
O curioso é que muitos previam que as empresas de noticias que criam o conteúdo iriam ser, mais tarde ou mais cedo, substituídas por outras empresas de tecnologia. Mas na realidade as empresas de tecnologia não criam o conteúdo suficiente, nem têm a experiência, disciplina e profissionais para substituir os tradicionais canais de noticias. Ou que vimos foi um aumento de serviços de curation que simplesmente partilham, servindo como uma espécie de agregadores, conteúdo criado por outros.
Enquanto a procura por jornalismo convencional perdura, e até cresce, o conteúdo continua a ser criado por empresas tradicionais de media. O problema está mesmo em conseguirem tirar o partido financeiro que possa pagar os custos de uma equipa profissional de jornalistas.
Quem está a fazer dinheiro online são as empresas de tecnologia, com o relatório da Pew a identificar Microsoft, Google, Facebook, AOL e Yahoo! responsáveis por 68% das receitas digitais em 2011.
Jeff Jarvis, autor do blogue Buzzmachine.com e responsável pelo termo Dell Hell, reitera esta falta de conhecimento, e em alguns casos agressividade, que define o sucesso das empresas de tecnologia. Mas Jarvis vai mais longe, criticando estas empresas tradicionais de falta de criatividade nas suas presenças online bem como nas suas apps – provavelmente algo que as mantem tradicionais.
“I fear the iPad is a siren call to news organizations, seducing them into thinking they can maintain their old models and old controls, not just maintain but regain them,” explicou Jeff Jarvis.
Mas o tempo não está do lado destas organizações, pois dia após dia, perdem uma parte da sua audiência que cada vez mais se torna mais desfragmentada, dificultando o processo de as reencontrar mais tarde.
Mas serão as empresas de tecnologia que vão salvar as tradicionais empresas de noticias? A curto prazo parece que sim, dado os acordos que foram recentemente assinados entre a Yahoo! e a ABC News; YouTube com diversos produtores de conteúdos para criação de canais online (Reuters); Washington Post com o seu agregador de noticias Trove.com e até o Diário Economico com o seu Social.Economico.pt.
Agora durante as eleições nos Estados Unidos, a Associated Press (AP) começou a fornecer cobertura das eleições para o iPad através do app Flipboard. Também juntou-se a Twitter e com a WhoSay.com para a utilização de fotografias de celebridades.
Mesmo que estes acordos funcionem a curto prazo, só vão na verdade ser benéficos caso as empresas que produzem o conteúdo tenham o devido retorno para continuar apostar desta forma. E é aqui que reside o maior problema com este tipo de abordagem/parceria.
Mas o relatório da PEJ verificou que de facto social media está a ter um papel fulcral na propagação de informação, e em alguns casos conhecimento, através dos utilizadores que recomendam artigos aos seus amigos através do Facebook e Twitter. Mas só 9% de adultos dizem seguir de forma regular estas recomendações, comparado com 36% que dizem ir direto às fontes . apps das empresas de conteúdo.
Mas as noticias não são más para todos – a audiência cresceu em 2011 nos sectores de noticias, com a exceção de jornais, televisão cresceu pela primeira vez na ultima década bem como as estações locais de noticias que também registaram crescimento nas suas audiências.
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