Esta só pode ser uma daquelas alturas em que todos nós temos a informação incorreta pois nenhum principio ou razão judicial explica o aparento risco que a Apple corre em não chegar a acordo com a Proview International Holdings.
A informação que está a circular online, inclusivo na BusinessWeek, é que a Proview International Holdings, que diz ter os direitos para o iPad na China bem como em inúmeros outros países e regiões, está a requerer que a importação e exportação de todos os iPads seja bloqueado de imediato. As consequências seriam de uma enorme proporção.
Apple vendeu 15.4 milhões de iPads durante os últimos 3 meses de 2011, mais do dobro dos 7.3 milhões vendidos no ano anterior durante o mesmo período. Dado o excelente trabalho de Tim Cook no que concerne a manter o seu inventário praticamente inexistente, qualquer disrupção iria ter um efeito catastrófico às vendas do iPad, a imagem da Apple, para não falar no valor das ações que já levaram a Apple atravessar a barreira dos $500 USD cada.
Roger Xie, advogado da Proview, explicou que o seu cliente não conseguiu até agora chegar a um acordo com a Apple e obviamente que no seu próprio terreno, vai utilizar todas as possíveis táticas para extorquir o valor que quiser, algo que rondava os $1.6 biliões de USD – isto antes dos iPads saírem das prateleiras, para que não fossem confiscados.
Roger Xie foi muito direto em afirmar que “We are applying to customs to stop any trademark- infringing products from imports to China and also for exports,” adicionando que “Apple wants to postpone and continue infringement of the iPad in China.”
A imprevisibilidade das autoridades Chinesas bem como a falta de controlo que a Apple tem sobre este problema, já a devia ter levado a resolver tudo isto a (quase) qualquer preço. Tenho a certeza que Tim Cook não quer ser conhecido como o CEO que acabou com o sonho da Apple.
Este é um dos problemas em centralizar a produção num país que tem uma legislação diferente, uma cultura oposta à sua e um raciocínio que poderá não parecer muito racional para quem está de fora. A realidade é que algo está a empatar este processo que parece não ser tão linear como todos querem acreditar e já se arrasta desde 2010.
Esta noticia não poderia ter chegado a pior altura, altura essa em que a Apple está a ser alvo de um ataque por parte de ativistas e consumidores que protestam as condições de quem trabalha nas fabricas na China para produzir os seus tão desejados produtos premium.
É certo que a Apple deve ser investigada mas o que nunca parece muito justo é o facto que estas fabricas também produzem produtos para muitas outras empresas e nenhuma delas parece estar a sofrer com isto, por enquanto. Este é o preço de ser o maior.
Podemos assim esperar ver a Apple aplicar algum dos seus $100 biliões de USD rapidamente numa notável causa – o seu futuro.
In BusinessWeek
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