Pense no modelo clássico da medicina: você está na mesma sala com o seu médico, que lhe pede para tirar a camisa e o começa a auscultar. Agora imagine que a sua próxima visita é em sua casa e está a falar com o seu médico via Skype (infelizmente talvez teve de usar o PayPal para a pagar antes desta começar…).
O seu médico está a olhar para o seu electrocardiograma e a pedir-lhe que coloque o seu iPhone um pouco mais próximo do seu tórax pois os dados que lhe vão chegando estão ainda pouco nítidos. Ah, você também tem uma janela no seu iPad onde vê as mesmas linhas e números que o seu médico vê: batimento cardíaco, temperatura do corpo, frequência da respiração… “Já te disse que devias fazer mais desporto” diz a sua mulher a caminho da sala de estar.
Segundo a Dra Leslie Saxon, Directora de Medicina Cardiovascular na Universidade da Carolina do Sul (USC) e organizadora da USC Body Computing Conference (BCC) desde 2007 a tecnologia por detrás da telemedicina permite um efeito de escala tão dinâmico quanto profundo – e uma vez que a sua aceitação esteja generalizada vai transformar radicalmente a interacção entre o paciente e o seu médico.
Como cardiologista Leslie Saxon está especialmente interessada na capacidade de como médica manter supervisão sobre os seus pacientes mais problemáticos de uma maneira remota e por isso acredita no potencial da telemedicina em revolucionar os tratamentos médicos.
De que outra maneira poderá ela ter contacto com centenas de pacientes, uma das limitações actuais que mais a preocupa? Somente através de software e comunicação de dados de uma maneira autónoma. Diz ela “muitos dos meus pacientes ficam frustrados por não poderem ter um contacto mais frequente com o seu médico e abandonam os tratamentos”
Desde 2002 que nós conhecemos a (na altura) start-up CardioNet, Inc. (NASDAQ:BEAT) , que partilhava espaço na mesma incubadora tecnológica em que estávamos situados. Nessa altura eram o único dispositivo médico certificado nos EUA que usava uma nova tecnologia de comunicação móvel “europeia” nos seus equipamentos de monitorização cardíaca remota, designada por … 3G (!). Nunca duvidámos do potencial da telemedicina em doenças crónicas e por isso acreditamos em todo o seu potencial.
Hoje já sabemos de tecnologias a serem introduzidas nos próximos anos em automóveis e que seguem o batimento cardíaco dos condutores para detectarem problemas tentando evitar acidentes – ou stress no trânsito.
Outros exemplos reais são a utilização de iPhones4 e iPads pela AliveCor que, por exemplo, criou uma App e acessório que transforma um iPhone4 num equipamento portátil para medição de ECG – o iPhone ECG
No Center for Body Computing, a Dra Lesli Saxon usa o exemplo da obsessão de Steve Jobs e da Apple para optimizarem a “user experience” – por isso tenta trazer para a medicina um pouco da cultura popular e levar um pouco de medicina para a cultura pop.
Só falta mesmo algo que evite a ida ao dentista.
httpv://www.youtube.com/watch?v=dY7ZQM5eah8
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