HealthTech

“The Next Big Thing” Será o Consumer Health

Tal como Fank Moss, nós já acreditamos que chegou o tempo para uma mudança fundamental nos pressupostos clássicos da saúde e a adopção de uma estratégia bottom-up via Consumer Health.

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Quando há uns meses atrás, eu e o Nuno, começámos a trocar impressões do sentido que uma coluna com o título Health Tech faria num site como o TudoMudou.com – inicialmente muito ligado a comunicação sobre consumer goods – a ideia chave foi o quanto em comum existe na corrente evolução em dispositivos específicos para este segmento de mercado (Health ,Fitness & Wellness) e a revolução sentida no segmento de consumer goods desde a re-entrada de Steve Jobs na Apple na década de 90.

Aliás o facto de estarmos numa fase inicial duma futura revolução liderada pela tecnologia existente – “the next big thing” – adapta-se á identificação e expectativas que os nossos leitores têm com TudoMudou.com.

Discutimos ainda na altura as capacidades e valências existentes em Portugal na área das TIC e a sua influência em inúmeras start-ups e spin-offs focadas em Consumer Health que se agrupam em organizações como o Health Cluster Portugal, a Rede PME Inovação COTEC ou o de projectos integrados no COMPETE como o DHMS – Dinamização Regional de Actores na área do Healthcare & Medical Solutions ou AAL4ALL –  Ambient Assisted Living for All.

Não foi surpresa mas antes uma agradável confirmação o artigo por Frank Moss que saiu recentemente no NYT e onde esta constata o que os EUA devem fazer nesta Consumer Health Revolution que está a acontecer de modo a não perderem uma potencial liderança.

E de repente tudo o que temos comunicado faz sentido do outro lado do Atlântico: imaginem que os avanços recentes em tecnologias de informação, biologia e engenharia nos vão permitir transferir muitos dos cuidados de saúde para fora dos hospitais, clínicas e consultórios médicos para o nosso dia a dia.

E não está tão distante esse futuro: hoje já temos os PHR (Personal Health Records) e EMR (Electronic Medical Records) generalizados em ambientes hospitalares e clínicos por empresas como a ALERT Life Sciences Computing  e a utlização de smartphones e tablets (iPhone, iPad, etc) em ambientes hospitalares é um dos segmentos com maior crescimento no mercado empresarial. Desde o rebentar da bolha especulativa das dot.com sobreviveram a maior parte dos Web sites direccionados para informação médica ou de saúde assim como inúmeras associações de pacientes têm expandido a sua utilização e tornando milhares de pacientes utilizadores activos destes serviços.

Várias sugestões aparecem depois citadas por Frank Moss: a presença de sensores quer nas nossas roupas (Biodevices Vital Jaket) quer na nossa casa (Intellicare aal, Critical Health Wisedome) a monitorizar constantemente os nossos sinais vitais e a controlar as nossas actividades diárias no sentido de uma vida mais saudável. Pulseiras medem os nossos níveis de ansiedade e pensos seguem o desenrolar da infecção num corte. O espelho da sua casa de banho diz-lhe o seu batimento cardíaco, a sua tensão arterial e níveis de oxigénio enquanto se pinta ou faz a barba.

Ao mesmo tempo vai recebendo avisos e sugestões para prevenir estados de doença – de um modo automático. Se a situação for séria demais para um conselho automático então o seu médico é automaticamente avisado. Ou uma App no seu smarphone traduz a sua descrição de sintomas para linguagem médica e um supercomputador de diagnóstico é consultado, sendo as indicações enviadas directamente para o seu smartphone de modo a serem feitas algumas análise clínicas a partir deste.

Estas análise feitas com o auxílio de pequenos adaptadores colocados no seu smartphone serão enviadas ao seu médico que fará uma teleconferência explicando o diagnóstico e plano de tratamento – que já foi enviado para a Farmácia mais próxima de si de modo a receber os medicamentos em casa.

O regime de tratamento é seguido por uma App que se encarregará de o recordar quando e que quantidade deve tomar, trocando informação depois com uma embalagem inteligente de modo a o seu médico poder seguir a frequência do seu tratamento e alterar automaticamente conforme os resultados que vão sendo observados. Isto sim, é a verdadeira e real Medicina Personalizada tão proclamada por tantas farmacêuticas e laboratórios de diagnóstico genético (como o CGC-Centro de Genética Clínica).

Interessante que a receita para o sucesso sugerida pelo autor é os EUA comprometerem para o Consumer Health uma importância e concentração de esforços e recursos como feito por JFK para a ida do homem á Lua!!! Desse modo o País poderá não só beneficiar de um aumento dos níveis de saúde com uma consequente redução drástica da despesa com a mesma (na ordem dos triliões de USD) e finalizando com a exportação dos produtos de Consumer Health para Países em desenvolvimento como a China e a Índia que se tornarão potencialmente gigantescos mercados destes produtos.

Apesar de todas as limitações o sector privado continua atento à “the next big thing” estando o Venture Capital a fluir de biopharmas para Health Tech start-ups e não só:  a X Prize Foundation tem um prémio de 10 milhões de USD para o primeiro dispositivo móvel que permita ao seu utilizador diagnosticar as suas próprias doenças (Tricorder X PRIZE).

Será que alguém do Governo (Paulo Macedo, está aí?) ou da “Troika” está atento e pronto a entender e impulsionar a sociedade civil e empresarial , quer disponibilizando os serviços públicos para os testes necessários pelas empresas quer promovendo a utilização de standards (ex: o Registo Nacional de Saúde e a Prescrição Electrónica de Medicamentos) ?

Tal como Fank Moss, nós já acreditamos que chegou o tempo para uma mudança fundamental nos pressupostos clássicos da saúde e a adopção de uma estratégia bottom-up via Consumer Health.

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